sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os adultos moderninhos de hoje, eram os jovens da década de 80

Vivenciamos um momento de transformação comunicativa dos veículos de massa convencionais. O processo de metamorfose no veículo televisão abre a percepção para as diversas linguagens do XXI, seja falada, escrita, corporal, não verbal (imagens estáticas e em movimento), etc. Podemos afirmar que elas complementam os outros meios comunicativos.

O comportamento e o hábito dos jovens adultos nos últimos dez anos vão por muitas vezes de encontro com a geração Baby Boomer (50 a 69 anos) onde a televisão mantém um papel de fundamental importância na construção dos hábitos e comportamentos, os quais, são ligados diretamente com a “moda da hora”, ou melhor, a do momento. Fragmentos da geração X (30 a 49 anos) foram confrontados após colocarem uma tatuagem. Imagine colocar uma camisa regata para deixar o desenho exposto?! Nas décadas de 70, 80 e até a primeira metade dos anos 90, tatuagem era considerada um ato de rebeldia ou de malandragem. Mas em pleno século XXI, tal conceito se mostra retrógrado.

Fragmentos de jovens e adultos moderninhos (gerações X, Y – 18 a 29 anos - e Z – 06 a 17 anos), estilo “cool” deste século, que acompanharam ou nasceram no processo da evolução tecnológica da internet e na forte disseminação das mensagens televisivas (canais aberto e fechado) não tem apenas uma tatuagem, muitos tem membros ou parte do corpo totalmente fechado por imagens que representam o seu íntimo, a paixão por tatuagens ou quem sabe simplesmente o modismo? Também pode ser um momento de micro felicidade, assim como o antropólogo Carlos Alberto de Freitas Balhana, da Universidade do Paraná expõe no site Paraná On-line.

Além da tatuagem, parte dos fragmentos do grupo moderninho tem alargadores de orelha – brincos circulares de metais -, body piercing espalhado pelo corpo, cultuam corte de cabelos extravagantes, etc. É fácil constatar, basta lembrar dos quatro últimos vencedores do BigBrotherBrasil, exibido pela Rede Globo: Max, Rafinha, Diego Alemão e Marcelo Dourado. Eles comprovam que um grande número de telespectadores que interagiram com o programa global não se importa com tatuagens, bermudas caídas, cuecas aparecendo ou cabelos excêntricos. Para eles, o que realmente importa é a personalidade da pessoa, como ela pensa e se expressa, e principalmente como se relaciona e se comporta perante os seus semelhantes. O site Informe Sergipe, publicou no ano de 2004 uma informação muito interessante de que o Brasil é o terceiro maior mercado de artigos de tatuagens do mundo.

A análise dos estereótipos no campo da psicologia social não para por aqui. O estilo de vida da população de cada geração é representado na linguagem televisiva, seja do profissional bem sucedido, vestido por um terno Hugo Boss, porém com diversas tatuagens encobertas. Também tem os praticantes de esportes radicais e convencionais, os profissionais descolados que atuam em diversas áreas.

A propaganda tem um papel de fundamental importância. Ela apresenta diversos modelos estereotipados e já rotulados pela sociedade, visando comunicar e se relacionar com o target previamente definido. O assessoramento do marketing junto à indústria desenvolve produtos na medida certa para a sociedade fragmentada. Vai dizer que você nunca viu o carro VW Parati Surf?

O breve comentário referente ao comportamento de fragmentos da sociedade contemporânea se relaciona diretamente o papel da Rede Globo de estar sempre antenada com o futuro e com a crescente demanda da população. Há Algum tempo observo a atualização da linguagem sonora trabalhada nas aberturas dos programas. Existem aquelas que são inseridas nas matérias jornalísticas como Jornal Hoje, Jornal Nacional, Globo Repórter e Fantástico. Quem já não ouviu as músicas da banda britânica de música eletrônica The Prodigy nas matérias que necessitam de dramaticidade e atenção do telespectador? No bloco dos gols do Fantástico e do Globo Esporte, o rock está bastante inserido e de certa forma, agrada ao mais variados tipos de público, sejam as pessoas que fazem parte das gerações Baby Boomer, X, Y ou Z. Está sendo constante a quebra de paradigmas relacionados aos hábitos e comportamentos da sociedade moderna.

Os adultos moderninhos de hoje, eram os jovens da década de oitenta e cresceram no cenário pop rock nacional. Muitos jovens foram envolvidos e seduzidos pelos sons das bandas dos mais variados estilos musicais como a new age, o reggae, o punk, o pop, soul music, metal, hadcore, etc. Diversos sons fizeram e alguns ainda fazem sucesso nas rádios de todo o país, como a Blitz, Barão Vermelho, Legião Urbana, RPM, Capital Inicial, Aborto Elétrico, Plebe e Rude, Ira, Titãs, Engenheiros do Hawaii, entre muitas outras. Elas não surgiram apenas em uma região geográfica do Brasil. O rock brasileiro se desenvolveu em vários estados, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, entre outros. O Rock in Rio de 1985 foi o marco que demonstrou que as duas gerações Baby Boomer e X eram apaixonadas pelas bandas do cenário rock nacional, internacional e os estilos de comportamento daquele momento. Grande parte dos jovens dos anos 80 atualmente são pais de família, que passaram e passam a essência cultural para seus filhos e vivenciam os momentos comportamentais moderninhos.

Os empresários, os comunicólogos e os veículos de comunicação tem que desenvolver uma sinergia no processo comunicativo entre produto x target x comportamento x mídia. Algumas agências de propaganda de Sergipe desenvolvem criativamente comerciais televisivos inserindo trilhas de rock, reggae, música eletrônica. Cabe lembrar que cada fragmento da sociedade mantém suas particularidades para serem analisadas.

O profissional de marketing ou de qualquer outra área da ciência social tem que ser metacompetente, assim como Eugenio Mussak apresentou em seu livro: Metacompetência. Uma visão do trabalho e da realização pessoal. Massuk afirma que o profissional contemporâneo tem que adquirir conhecimentos nas mais variadas áreas, chamado por ele de conhecimento transversal, como por exemplo, o publicitário fez especialização não somente na sua área profissional, mas na área sócio-ambiental, marketing, empreendedorismo, gestão, liderança e tecnologia.

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