No último dia 17, na cidade de Aracaju, especificamente no Instituto Semear, foi lançando o livro “Coiote Sutil – Poemas e Crônicas” do jornalista, publicitário, poeta, cronista e ilustrador Cleomar Brandi.
Após o falecimento do meu grande amigo Cleomar, Gilson Santos e Chico Ribeiro Neto, irmão de Cleomar, uniram esforços para pesquisar e organizar diversos poemas, crônicas e textos do legado de um dos maiores jornalistas do estado de Sergipe, o velho Cleomar Brandi.
Convivi com Cleomar durante a minha adolescência quando era office-boy na Montalvão Publicidade, no ano de 1991. Posteriormente, trabalhamos na COMARKP – Coordenadoria de Marketing e Propaganda da Prefeitura Municipal de Aracaju, entre os anos de 1994 a 1996. Participamos da campanha política no ano de 1996, Cleomar com redator e eu como diretor de arte/designer gráfico.
Também tive a oportunidade de desenvolver alguns trabalhos profissionais com Cleomar no final da década de 90 e no início do novo milênio. No ano de 2008, Cleomar Brandi mais uma vez contribui para minha formação profissional, isto é, fez parte diretamente na produção monográfica do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Tiradentes.
Cleomar Brandi, foi um dos meus grandes amigos que tive oportunidade de encontrar em Aracaju, assim que cheguei do Rio de Janeiro, em 1990. Brandi, teve um papel fundamental na minha formação profissional, afinal, jovem, sem muita experiência, ele me orientou para os acertos da vida, indicando o caminho do estudo para se torna um profissional competente e ofertou de coração aberto a sua amizade de grande quilate.
Encontrar um amigo como Cleomar nos dias de hoje não é tarefa fácil. A sua serenidade, o comportamento nobre como profissional e o brilhante relacionamento interpessoal marcaram minha vida. Pessoa como Cleomar Brandi é raridade no mundo em que vivemos.
Leia e curta abaixo a poesia título do livo do velho Lobo.
COIOTE SUTIL
O poeta é um animal estranho
parido em noite de lua cheia
na beira de um rio escondido.
Costumava trazer guardado
no amolado anzol de sol-cristal
temperado na essência amarga
a antiga da sua dor.
O poeta canta baixinho
o nome da sua menina-amada
no fundo da noite da sua solidão.
O poeta pisa sutil
como um coiote na madrugada
e rasga com os seus dentes
a cortina rubra do seu século.
O poeta anda nu.
De nudez se veste.
A casa do poeta é caiada de branco,
Cercada de portais e varandas.
No quintal,
de pimenteiras e abacateiros,
os pardais fazem voos rasantes
e andam desengonçados
com suas asas abertas
na quenturinha do sol amigo.
O poeta tem o sorriso aberto
e uma dor guardada.
Cleomar Brandi - 2012
Editora Criação
He, he, vidão. Eu quero é mais! Saudade grande amigo.
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