Ontem estava no lugar onde mais amo estar presente: no mundo das idéias, da criatividade. Após degustar alguns parágrafos conceituais do marketing, expressos pelo papa do marketing mundial, Philip Kotler. No mesmo instante estava lendo o cara da filosofia, de língua e texto afiado.
Não é Platão e nem Sócrates, “o da retórica”. Mas conectando a leitura do texto com os meus pensamentos momentâneos a fim de extrair o que tem de melhor na literatura mundial filosófica: Friedrich Nietzsche. Em seu livro Crepúsculo dos Ídolos ou como filosofar a marteladas, Niet para os íntimos, exemplifica o desenvolvimento da sociedade em que ele estava inserido, seja no campo filosófico ou político. Também com sua língua afiada friamente contesta a religião e as instituições de forma avassaladora.
No prefácio, Niet apresenta a serenidade como algo vital, necessário para o homem, mesmo nos momentos mais difíceis, “sombrios” assim como ele cita. Para ele todo meio é bom, todo acontecimento é bem-vindo. E antes de qualquer coisa, a guerra. Assim o autor continua: “a guerra foi sempre a grande prudência de todos os espíritos que não são demasiadamente profundos; há poder de curar mesmo no ferimento. Outro meio de cura, que prefiro se a ocasião se apresentar, consistiria em surpreender os ídolos... Há mais ídolos que realidade neste mundo; é meu “olho maligno” para este mundo, é também meu “ouvido maligno”...”
Nossa que passagem! Escritos naquele tempo, século XIX. Atualmente o que mais me deparo é com ídolos de todas as formas e desejos, impondo suas crenças, ideias e comportamentos, que necessitam tanto da guerra, do embate direto com seus semelhantes, na sua falta de operância ou até mesmo tentam surpreender os ídolos que estão acima dele, o ego falidinho da silva. Resumindo, eles querem adoradores, fiéis que pedem benção, e elevem a sua moralidade e vontade de poder. Muitas vezes eles querem ser tratados como fonte inspiradora de recursos. Para mim é um ego sem o mínimo de serenidade, independente dos dois meios que Niet cita acima para tentar buscar os meios de cura.
E assim posso concluir minha passagem acima, com uma citação perfeita de Niet: “Fazer aqui perguntas com o martelo e ouvir talvez como resposta esse famoso som oco que fala de entranhas inchadas – que arrebatamento para alguém que, atrás dos ouvidos, possui outros ouvidos ainda – para mim, velho psicólogo e caçador de ratos chega a fazer falar o que justamente desejaria ficar mudo... “Ainda bem que tenho meu blog para me expressar e apresentar tais ideias, onde uns podem aceitar, outros evoluírem seus pensamentos, e quem sabe, muitos odiarem. Assim o filósofo diz: “Talvez também uma guerra nova?” Minha passagem de texto é uma grande declaração de guerra aos ídolos falidos que desejam sagazmente seguidores fracos de espíritos, de serenidade e que não buscam a guerra.
No penúltimo capítulo, intitulado de “Passatempos Inatuais” encontrei duas passagens que me impulsionam sobriamente à vida. Proporciona-me toda perspicácia de continuar indo atrás do meu projeto profissional, logicamente sendo consciente, zelador pelo bom respeito, observador dos fatos com “olhos malignos que originam ouvidos malignos”, afinal o martelo fala e a resposta é um som por muitas vezes oco para mim, mas que encantam um rebanho de pessoas de baixa estima. Para elas o som oco é de um ou alguns ídolos, mas ídolos para mim não chamarei e considerarei como ídolo de forma alguma. Seguem abaixo as passagens na íntegra:
38 – Meu conceito de liberdade. - ...O homem livre é guerreiro. – Como se mede a liberdade nos indivíduos e nos povos? Pela existência que cumpre vencer, pelo trabalho que custa para chegar ao alto. O tipo mais elevado do homem livre deve ser procurado ali, onde é preciso vencer constantemente uma resistência mais dura: a cinco passos da tirania, à soleira do perigo da escravidão.
...Os povos que tiveram algum valor, que conquistaram algum valor, não o conquistaram com instituições liberais: o grande perigo fez dele alguma coisa que merece respeito, esse perigo que é o único que nos leva a conhecer nossos recursos, nossas virtudes, nossos meios de defesa, nosso espírito – que nos obriga a ser fortes... Primeiro princípio: é preciso ter necessidade de ser forte, caso contrário, nunca se chega a sê-lo. – Essas grandes escolas, verdadeiras estufas quentes para os homens fortes, para a mais forte espécie de homens que jamais houve... Entenderam a liberdade exatamente no mesmo sentido que eu a entendo: como alguma coisa que ao mesmo tempo se tem e não se tem, que se quer e que se conquista...
Forte sempre, em busca do que eu quero, em busca da conquista. Homem livre!
2 comentários:
ótima reflexão!
Obrigado Anderson Barbosa. Fico muito grato pela sua visita, espero poder ajudar no que for preciso. Forte abraço.
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