quinta-feira, 1 de julho de 2010

Publicidade é coisa séria.

Se errar é humano, somos passíveis de erros. Entretanto, alguns deslizes tornam-se inadmissíveis em determinadas áreas profissionais, a exemplo da médica. Na área publicitária um equívoco também custa caro, por isso, a preocupação com o que é veiculado publicitariamente para os clientes, prospectos e públicos segmentados ou de massa deve ser constante. Assim como é impossível pode deixar de afirmar que dependendo do produto/serviço, alguns clientes ou fornecedores podem ser oriundos da área comunicativa: agência de comunicação, agência de publicidade e propaganda, empresas ligadas às mais diversas áreas do marketing, veículos de comunicação, empresas promotoras de eventos, opinião pública, etc.

Mas quanto custa um erro em publicidade e propaganda? Se for um erro ortográfico custa caro. O profissional da área de comunicação tem a obrigação de exibir as peças publicitárias sem assassinar a língua portuguesa. Convenhamos, se a propaganda tem o poder de mudar hábitos, recuperar ou expandir uma economia, desenvolver imagem empresarial, promover o consumo, vender produtos, informar o consumidor, mudar comportamento, etc., como um profissional pode desenvolver uma peça publicitária para ensinar equivocadamente uma palavra ou ideia aos consumidores de todas as classes econômicas? Temos que levar em conta que a população brasileira é amante da televisão e do rádio. A massa não é apreciadora das letras, da leitura, do conhecimento. O profissional tem um papel super importante no processo educacional da sociedade em que ele está inserido.

E se o erro estiver no catálogo impresso de preços do anunciante? O grande professor acadêmico André Brito, da UpComunicação, lecionava a matéria Planejamento de Campanha III e citou um fato que aconteceu com uma das maiores redes de supermercados local. Ao apresentar o anúncio de travesseiro no catálogo (aquele que pegamos no Ponto de Venda (PDV), recebemos na caixa dos correios, nos jornais impressos ou aceitamos nos semáforos da cidade), com o valor errado. Na verdade o catálogo estava anunciando o produto por centavos e não por reais. Diversas pessoas foram ao supermercado comprar o referido travesseiro, posteriormente o gerente da loja recolheu todos os produtos da prateleira objetivando não ter um prejuízo maior.

Imagine quando se trata de um erro do processo criativo juntamente com a redação publicitária. Não dá para medir! Torna-se imensurável por afetar a imagem da empresa anunciante e os profissionais da agência publicitária: diretor de criação, redator, diretor de arte, designer gráfico, revisor ortográfico e mídia.

Segundo teóricos da comunicação, a reputação de uma empresa ou de um profissional para ser construída passa por um processo temporal, que se soma ao planejamento, responsabilidade, dedicação, estudo científico e alto investimento financeiro. O estudioso Warren Buffett afirma: "São necessários 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para destruí-la". Outro grande estudioso, Lord Halifax cita que: "Essa coisa invisível chamada reputação é feita de uma multidão de pessoas que falam bem de você". Podemos constatar que imagem, reputação e comunicação são coisas sérias e devem ser preservadas a sete chaves para que não ocorram transtornos no decorrer do tempo de vida empresarial ou carreira. Preservar é melhor que remediar. Comunicação profissional que traz resultados à imagem e que proporcione a construção da reputação necessita de profissionais qualificados e alto investimento financeiro.

E quando se trata de um erro publicitário veiculado na mídia impressa jornal e catálogo de preços expostos pela maior rede de varejo do País? E se o problema foi cometido em anúncio cujo motivo principal é a Copa 2010 e a empresa anunciante é patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Futebol? O fato é que, ao trabalhar a mensagem publicitária na língua portuguesa e também na língua africana, visando dar maior relevância a mensagem e valorizar o nome da rede varejista, existiu um grave erro no sentindo da mensagem passada, pois foi exposto que o Brasil havia sido desclassificado da Copa 2010, posteriormente a seleção brasileira ter apresentado a melhor partida que disputou, contra a seleção do Chile.

A internet e suas redes sociais receberam inúmeras críticas relacionadas diretamente com a problemática propagandista do anunciante. As redes sociais do maior varejista do País foram bombardeadas por internautas que demonstraram repúdio pela mensagem publicitária, afinal, mexeu com o sentimento patriota dos brasileiros no período Copa 2010. Qual foi a solução encontrada? O presidente do grupo, Abílio Diniz, teve que sair em defesa no seu Twitter particular para pedir desculpas à seleção brasileira, aos brasileiros, aos clientes, aos veículos de comunicação e a opinião pública. Posteriormente emitiu uma nota nos principais jornais impressos do Brasil para justificar o erro publicitário e sua mensagem de desculpas. Segundo os especialistas em redes sociais, o presidente Abílio Diniz foi muito feliz na sua atitude. Sua resposta foi enérgica e conseguiu transferir a sua imagem e reputação de um empresário que obteve sucesso com muito trabalho, determinação, humildade, sinceridade e honestidade. Qualidades de um homem que venceu na vida profissional, um homem de sucesso.

Publicidade é coisa séria.

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